Comissão Mista da OAB e DPE entrará com pedido de interdição de Henrique Schiaveto

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), junto a Defensoria Pública do Estado (DPE), criou, em janeiro, uma comissão mista para apurar as investigações com relação às mortes de pacientes do cirurgião plástico Henrique Schiaveto, após procedimentos estéticos realizados pelo médico.

 

A comissão, composta por três advogados e dois defensores públicos, pretende a interdição cautelar do cirurgião plástico, pelo prazo mínimo de um ano, até que o Procedimento Ético Profissional (PEP) instaurado contra ele seja concluído, evitando que outros pacientes estejam expostos a possíveis erros médico, decorrentes de sua atuação.

A comissão foi instituída logo depois da morte da defensora pública Maria Luiza Coelho, morta após passar por um processo cirúrgico realizado por Henrique Schiaveto.

Maria Luiza havia passado por uma lipoaspiração e uma cirurgia para sustentação dos seios, e morreu dois dias depois. O atestado de óbito aponta como causa da morte septicemia (infecção generalizada) e lesões viscerais de cirurgia na região torácica e abdominal.

Outra paciente, Maurizia Gomes de Sousa, morreu em outubro passado, também após ser submetida a uma cirurgia estética realizada pelo mesmo médico. Já a professora Mauricéia Cunha Pereira, de 27 anos, esteve internada no Hospital Geral de Roraima, em razão de complicações decorrentes de uma lipoaspiração. 
Schiaveto ainda responde por outro Procedimento Ético Profissional instaurado pelo Conselho Regional de Medicina em 2010, que apura o atendimento prestado a uma paciente.

As duas mortes, ocorridas em curto espaço de tempo, após realização de lipoaspiração feitas pelo cirurgião plástico, ambas com perfurações da parede abdominal, reforçam a ideia de que Schiaveto poderia não encontrar-se em perfeitas condições para a realização dos procedimentos cirúrgicos, uma vez que deixou claro não ter mudado a técnica.
Após o falecimento da defensora pública Maria Luíza, e com a repercussão do caso, Henrique Schiaveto solicitou ao Conselho Regional de Medicina (CRM) a suspensão temporária de suas atividades relacionadas a cirurgias plásticas, porém, podendo continuar  a exercer a profissão de médico.

O Subdefensor Público-Geral de Roraima, Oleno Matos, contudo, explicou que entre os trabalhos movimentados recentemente pela comissão mista da OAB e DPE, houve a reunião de todos os documentos necessários, referentes à situação ocorrida com a defensora pública Maria Luiza, para que ainda nesta semana, seja encaminhada uma petição para interdição de Schiaveto, interrupção de suas atividades enquanto médico e análise e apreciação da possível cassação de seu registro devido aos erros médicos cometidos e trazidos a público.

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